(Caxias do Sul) se prepara para receber seu primeiro centro de referência de tratamento da Esclerose Múltipla

Na cidade, habitam cerca de 200 pacientes da doença. Atualmente, portadores se deslocam até outras cidades gaúchas para procurar tratamento especializado

Hospital Pompeia Caxias do SulA cidade de Caxias do Sul (RS) está prestes a receber seu primeiro centro de referência no tratamento da Esclerose Múltipla. O Serviço de Neurologia do Hospital Pompéia organiza, no próximo dia 27 de outubro, um jantar-aula para neurologistas e neurocirurgiões para dar início à implementação do novo departamento, que contará com médicos especializados e práticas de tratamento multidisciplinar centralizadas. Hoje em dia, uma parcela dos cerca de 200 caxienses acometidos pela doença acaba procurando tratamento em outros centros de referência do Rio Grande do Sul, como Porto Alegre.

Para o Dr. Ricardo Gonçalves, neurologista e preceptor da residência de neurocirurgia do Hospital Pompéia, a instalação do centro de referência é um passo importante para o tratamento da esclerose múltipla na cidade. “Caxias do Sul é a segunda maior cidade do Rio Grande do Sul e a primeira do estado em crescimento. A criação de um centro de referência para o tratamento da doença pode beneficiar a vida de muitos pacientes que hoje em dia tem que percorrer longas distâncias atrás do tratamento, além de ajudar a cidade a crescer ainda mais”, declara o médico.

No dia 27, as aulas serão ministradas pela Dra. Marlise Ribeiro, neurologista da Santa Casa de Misericórida de Porto Alegre e do Hospital Moinhos de Vento, e pelo Dr. Jefferson Becker, atual presidente executivo do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (BCTRIMS). O funcionamento completo do centro de referência e sua apresentação para as associações de pacientes e sociedade em geral estão previstos para o próximo ano.

A esclerose múltipla, que é crônica, autoimune e degenerativa, ataca o sistema nervoso central e provoca lesões cerebrais e medulares. Os sintomas da doença variam de caso para caso, mas envolvem dormência nos membros, paralisia e perda de visão. Estima-se que haja no Brasil cerca de 35 mil pessoas[i] que convivam com a doença, 1.327 delas só no Rio Grande do Sul, de acordo com o Datasus.

Sobre a esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença neurológica de caráter inflamatório e neurodegenerativo. Está relacionada à destruição da mielina – membrana que envolve as fibras nervosas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos. A perda da mielina pode dificultar e até mesmo interromper a transmissão de impulsos. A inflamação pode atingir diferentes partes do sistema nervoso, provocando sintomas distintos, que podem ser leves ou severos, sem hora certa para aparecer. A esclerose múltipla geralmente surge sob a forma de surtos (sintomas neurológicos que duram ao menos um dia) recorrentes. A maioria dos pacientes diagnosticados são jovens, entre 20 e 40 anos, o que resulta em um impacto pessoal, social e econômico considerável por ser uma fase extremamente ativa do ser humano. A progressão, a severidade e a especificidade dos sintomas são imprevisíveis e variam de uma pessoa para outra. Algumas são minimamente afetadas pela doença, enquanto outras sofrem rápida progressão até a incapacidade total.

A doença de origem autoimune ainda não tem cura, mas as terapias atualmente disponíveis permitem controlar sua progressão, reduzindo a recorrência de surtos e aliviando os sintomas. O objetivo principal do tratamento é manter a doença estável. Os medicamentos, aliados ao suporte de uma equipe médica multidisciplinar e a um estilo de vida adaptado, permitem ao paciente conviver com a doença de forma controlada e manter a qualidade de vida.

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Postado por: Pedro Luiz Guerreiro