(Cerrito) Município decreta situação de emergência

O Prefeito Douglas Silveira assinou na manhã desta quarta-feira (07), decreto de situação de emergência na área rural do município afetada pela estiagem. Baseado em laudo elaborado pela Emater, em que detalha as perdas sofridas na agricultura e pecuária durante a seca.

De acordo com as políticas agrícolas do Ministério do Desenvolvimento Agrário que desenvolve programas para auxiliar a população atingida por situações emergenciais como por exemplo, a renegociação de dividas do PRONAF e o PROAGRO , que garante exoneração de obrigações financeiras relativas à operações de crédito rural de custeio, cuja liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais.

Os produtores rurais de Cerrito têm enfrentado uma das piores realidades para quem trabalha no campo: a estiagem, que afeta o município desde novembro. A diminuição drástica na ocorrência de chuvas ocasionou uma redução do volume das nascentes e das fontes de abastecimento para consumo humano e animal. Em meio a tantos desafios, responsáveis em alguns casos a submeter os agricultores a mudanças no plantio, os prejuízos se acumulam e os cálculos apontam para uma perda total de aproximadamente R$ 6,2 milhões.

Com aproximadamente metade da população residindo em zona rural, a produção agropecuária é o carro-chefe na economia do município de 6500 habitantes. É nesse cenário que os prejuízos calculados preocupam ainda mais. A estimativa mais precisa sobre as perdas foi emitida nesta terça-feira (06) pelo engenheiro agrônomo Leandro da Fonseca, servidor da Emater.

De acordo com o documento, que elenca as culturas e produções afetas, em algumas comunidades o volume total de chuva não chegou a 35% do esperado para o período. Com isso, alguns produtores foram obrigados a diminuir a área plantada devido à falta de umidade no solo ou, então, tiveram que plantar fora do zoneamento. Em ambas as condição a produtividade tende a diminuir consideravelmente.

As principais entidades do município estão engajadas em auxiliar na tentativa de amenizar os prejuízos e garantir o sustento das famílias afetadas. Cerca de 90 residências estão sendo abastecidas com água por caminhões pipa da Prefeitura de Cerrito. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a Emater também acompanham de perto a situação que se agrava a cada semana sem chuva.

Duas das principais culturas do município são as mais afetadas pela falta de umidade no solo. De acordo com o laudo, as plantações de milho, por exemplo, devem acumular um prejuízo de R$ 1,5 milhão, o que equivale a 60% do cultivado.

Apesar de ser mais resistente à seca, a soja ainda assim deve ter uma perda calculada em 20% na receita. Embora a colheita ainda não tenha iniciado, diversas lavouras já registram flores abortadas. O prejuízo, nessa cultura, é ainda mais significativa: estimado em R$ 3,6 milhões.

O laudo informa ainda sobre outras três produções agropecuárias. A pouca ocorrência de chuvas deve ocasionar 60% de perdas nas plantações de feijão, equivalente a R$ 59 mil. A queda para a produção de leite é calculada em 21%, porcentagem que se traduz em 420 mil litros e R$ 336 mil a menos na receita. Isso porque além da pastagem ser afetada, há pouca qualidade na água disponível para o consumo dos animais. Esses também são os motivos que levam o engenheiro a concluir que o gado de corte será prejudicado em 10%, o que representa uma perda de R$ 720 mil.

 

Matheus Muniz e Pedro Luiz Guerreiro
Assessoria de Imprensa Cerrito RS

 

Postado por: Pedro Luiz Guerreiro